A frase que dá título ao livro de Toni Maguire, Não conte para a mamãe, poderia ser uma pacto ingênuo entre dois irmãos ou uma brincadeira entre crianças. Infelizmente, não é o caso. Na verdade, é a ameaça sofrida pela autora durante os quase dez anos em que foi violentada pelo próprio pai. Quando aconteceu pela primeira vez, a pequena e inocente Antoniette tinha apenas seis anos. Apesar da tenra idade, tudo ficou gravado em sua memória, o tempo nada dissipou: os detalhes, os sentimentos, a dor. Foi a primeira de muitas, incontáveis vezes. Não conte para a mamãe, de Toni Maguire, desvela a comovente história de um infância idílica que mascarava uma terrível verdade.
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De todas as resenhas que fiz aqui para o blog, essa com certeza é a mais difícil que já fiz até hoje.
Desde o lançamento de "Não conte para a Mamãe" morro de vontade de ler esse livro, talvez por ser um tema mais pesado, por se tratar da realidade. Esse tipo de literatura sempre me chamou mais atenção.
Bom, o livro conta a história de Antoniette, uma menina que viveu os primeiros anos de sua infância com sua mãe, já que seu pai estava servindo na guerra e fazia apenas visitas esparsadas. Antoniette era a típica criança feliz, amada, bem cuidada... mas toda a realidade conhecida por Antoniette acaba quando seu pai retorna da guerra, dessa vez para ficar.
A rotina antes conhecida pela pequena Antoniette muda completamente com a chegada de seu pai, e a mãe que antes a amava incondicionalmente começa a mudar seu relacionamento com ela em detrimento de seu amor pelo marido. No começo é complicado conviver com as frequentes mudanças de humor de seu pai, mas até aí ele nunca havia feito mais do que colocá-la de castigo, ou dar uns tapas.
Algo que me prendeu ao livro de cara, é a narração alternada da Antoniette criança e de Toni, que é a Antoniette já adulta.
"Não conte para a Mamãe" conta uma história de maus tratos e abusos sexuais sofridos durante terríveis 10 anos de sua infância, Antoniette conheceu a dor, o sofrimento, abusos de quem deveria tê-la amado, preconceito, humilhação, traição... é um livro muito pesado, sofrido, com uma carga emocional muito pesada. É o tipo de livro que envolve você a cada palavra lida, que as vezes faz com que você precise fechar o livro para respirar e se recompor.
Não tem como falar mais sobre o livro sem contar toda a história em detalhes. Este é um livro que recomendo com algumas ressalvas... é um livro muito, muito pesado e com cenas fortes de abuso, não recomendo para quem não gosta desse tipo de temática. Recomendo sim, para aqueles que se interessam por esse tipo de tema.
Quando começava a escurecer, eu sentava para ler meus livros à luz alaranjada dos lampiões a querosene, enquanto minha mãe esperava meu pai voltar para casa. Eu ficava quieta, na esperança de que o silêncio me tornasse invisível. Pág 52
Na minha cabeça, eu tinha dois pais, o repugnante e o amigável. Pág 72
Fechei os olhos com força, na esperança de que, se não pudesse ver, aquilo iria parar, mas não parava. Pág 74
Você encorajou isso, ficando em silêncio por todos esses anos; então, não me diga que é inocente. Pág 220
Bjokas!!!
Olá Vivian :)
ResponderExcluirEstou desesperada pra ler esse livro. Vou ter que comprá-lo urgente!
Sua resenha ficou excelente, destacou bem os pontos altos da história, instigou ainda mais minha vontade :)
Bom final de semana pra vc!
@morenalilica
Doce Insensatez
Nossa muito legal a resenha..
ResponderExcluirEstou preocupada em sofrer com livro desse modo em Belle ><
Com certeza um livro pesado que causa muitos pensamentos negativos e até chega a nos emocionar por essa triste estória.
ResponderExcluirhttp://enfimshakespeare.blogspot.com.br/
Olá Vivi!
ResponderExcluirFinalmente pude comentar no seu blog! Estava ficando louca sem poder deixar meu recadinho aqui. Todas as resenhas que você postou recentemente não pude ler pois com certeza iam me trazer uma carga imensa de spoillers, então tudo o que eu fazia era visitar o blog todo o dia na esperança de encontrar uma postagem em que eu pudesse comentar, e finalmente... ALELUIA! kkkkkkkkkk
Fico muito feliz em poder retornar meus comentários com essa resenha. Eu gosto muito de livros, vamos assim dizer... dramáticos (por falta de adjetivo melhor). Mesmo que sejam livros fictícios, esse gênero consegue trazer um pouco de realidade para nós. Apesar de amar fantasia, o mundo não é feito somente de magia, vampiros e anjos...
Esse gênero é um dos meus favoritos, pois além de como eu disse acima, nos trazer um pouco para a realidade, o mesmo consegue nos fazer refletir e se emocionar.
Pela sua resenha, parece que o livro além de ser forte, tem uma temática muito bem abordada nela: o abuso. Começo até entender a relação do titulo do livro com a história abordada...
Com certeza será uma das minhas leituras futuras, junto com o "Quarto" e "3096 dias" (esse é baseado em fatos reais). Ambos, pelos comentários que ouvi dizer, trazem a mesma premissa e pretendo conferir!
Novamente, desculpa o sumiço dos comentários, mas como eu disse estava evitando os spoillers!
Beijinhos ;*
July
http://animesheavenbooks.blogspot.com.br/
Vivi, acabei de ler uma resenha do mesmo livro em outro blog.
ResponderExcluirDevemos ler esse tipo de livro para acordar da nossa inércia!!!!!!!!Não é fácil, é verdade!! A leitura nos deixa fracos, desolados..
Beijos
Estou lendo o livo, ou melhor eu dei uma pausa no mesmo,a literatura é das mais pesadas que já pude ler, sou um pouco emocional demais =), e realmente chego num momento que tava tão puto com a sociedade e com o que a Toni sofria que resolvi largar o livro um pouco.
ResponderExcluirAfinal o mesmo estava me fazendo mal de certa forma =/, mais para quem quer ter emoções fortes, aconselho totalmente, quando eu tiver mais força eu tento terminar-lo