SINOPSE: Um dos
maiores desafios para um autor é lançar um novo livro depois de um primeiro
retumbante sucesso. Cria-se enorme expectativa e essa pressão pode inibir o
escritor. Edney Silvestre enfrentou esse problema: Se eu fechar os olhos
agora mereceu importantes prêmios literários e despertou o interesse do
mercado estrangeiro. Sem se abalar por essas questões circunstanciais,
Silvestre trabalhava uma nova narrativa, essa que temos em mãos.
A felicidade é facil comprova
que Silvestre veio ocupar um lugar de destaque no quadro literário brasileiro.
Com engenho, ele subverte a forma vencedora do primeiro romance, em que a
macro-história (o conturbado período pré-ditadura militar) servia como pano de
fundo a um relato de violência e mandonismo. Neste novo livro, os destinos
pessoais estão indissoluvelmente ligados à macro-história, o governo Collor. O
autor une as duas pontas da história recente do Brasil: se em Se eu fechar
os olhos agora havia ainda uma certa inocência, por meio do olhar das
crianças, em A felicidade é fácil ingressamos na era do cinismo, do
despudor, do salve-se quem puder.
Tecnicamente,
Silvestre nos dá uma lição: com alguns elementos típicos da narrativa policial,
cria um romance político, gênero difícil e quase inexplorado no Brasil. Tudo
transcorre, em capítulos intercalados, em menos de 24 horas, a partir da cena
de um sequestro. Ficamos conhecendo então Olavo e Ernesto, publicitários
envolvidos com a alta corrupção do governo federal; Mara, uma ex-acompanhante
de executivos; Irene e o marido, além do filho, empregados domésticos; Major,
motorista particular, e sua filha, Bárbara; e os membros de uma quadrilha
internacional de sequestradores.
Impressionante como
Silvestre penetra nos universos distintos de cada um desses personagens. O
narrador trafega com desenvoltura pelos gostos consumistas de Olavo e Mara,
pelos meandros da sangria de dinheiro do Brasil para o exterior, pelo mundo de
desejo e frustração do casal Irene-Stephan e do Major e sua filha e, ainda,
pelo linguajar e modos de delinquentes de alto coturno.
Ao fim e ao cabo, em
meio à lama que parece avançar sobre tudo, Silvestre encontra esperança. Como
no poema de Drummond, em que uma flor fura “o asfalto, o tédio, o nojo e o
ódio”. Sublime.
Jô Soares entrevista
Edney Silvestre - 21/11/2011
Parece ser mesmo um livro bem interessante, engajado, crítico e com um contexto histórico. Espero, mesmo que Silvestre deixe mais do que marcada a literatura brasileira com seus trabalhos!
ResponderExcluirParece ser mesmo muito bom!
grande abraço!
Pedro Almada
@Pedro_Almada
http://inspirados-oandarilhodotempo.blogspot.com/
Primeiro contato com essa capa, titulo e autor...adoro livros que se passam em 24 horas e já vou colocar esse na minha lista de vou ler.
ResponderExcluiradorei a resenha.
anarafaella19@hotmail.com
rafa_ella19
O nome do livro não me chama a atenção. Parece de auto-ajuda. Sei lá...
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